terça-feira, 13 de junho de 2017

O HOMEM



A praça estava inquieta naquela manhã de sábado. Balões de diversas cores, tamanhos e formatos eram ofertados por ambulantes que aproveitavam o grande número de crianças para faturarem um extra. Próximo ao coreto, um grupo de adolescentes cantava ao som do violão tocado por um deles. Divergiam na escolha do repertório e circundavam o instrumentista como se cada um quisesse fazer valer a sua preferência. Embora teriam definido a canção, nunca a cantavam integralmente devido a não saberem a letra ou algum componente errar na execução. Em uma das extremidades, um posto da polícia militar atendia a pequenas ocorrência e fornecia orientação ao público. Crianças eram conduzidas em velotróis, bicicletas, sob a supervisão dos pais e ao centro, bem próximo no corredor dos coqueiros, um terminal fora instalado e receberia hoje as últimas manifestações da eleição que definiria o nome o gorila, recém chegado na capital. Além desse batismo, seria inaugurada também a moradia totalmente reformada e adaptada às necessidades do animal.

Seis chafarizes, distribuídos em a pequena fonte, emitiam fortes jatos que quase alcançavam a copas das árvores. As crianças entretinham-se, enquanto esperavam na fila de votação, com apostas em qual jato alcançaria maior altitude. Torciam, barulhentas, observando o lançamento ininterrupto das águas e o declínio destas ao ponto de partida, formando borbulhas e promovendo um frescor aos mais próximo da fonte. Os pais se entreolhavam, cada qual torcendo ponderadamente por sua prole. Divertiam-se, meneando cabeça, invejosos das alegrias dos pequenos. Uniformes de coelhinha, macaquinha e demais personagens da fauna desfilavam em vistosas jovens, as quais distribuíam brindes e folhetos comerciais aos eleitores. O direito ao voto estava limitado à idade máxima de quatorze anos, embora alguns adultos tentassem convencer ao mesário em também opinar, bem como tentavam influenciar suas crianças em suas escolhas, causando, portanto, pequenos conflitos entre filhos convictos de suas opiniões No entanto, a maioria que transitava a praça naquela manhã teria o mesmo objetivo: escolher o nome para o novo hóspede do zoológico municipal e conhecer a maquete da nova moradia adaptada para o célebre antropóide.

A este pleito incorporou Cândido, um maltrapilho garoto que agora ocupava o penúltimo lugar na fila. Era a sua primeira vez como eleitor e, logo nas primeiras horas do dia, já estava de pé. Passou rapidamente água no rosto, calçou suas chinelas e foi à padaria do Senhor Zeca, na intenção de faturar o desjejum para seguir caminho. Acostumado à política do velho empresário, tomou da vassoura que ficava a um compartimento externo à padaria e varreu toda a calçada ao redor, colhendo o lixo e depositando-o ao pé do viaduto da Rua dos Tamóios onde dividia a estadia com três companheiros. À noitinha, com o tráfego já mais disperso, lançaria as sacolas, que já anunciavam mau cheiro, ao rio que dividia a avenida, conforme orientação do dono da padaria. Após a faxina, arranjou entre as calçadas as placas que anunciavam as ofertas do dia e ajeitou duas mesinhas utilizadas para lanches rápidos.

- Bom dia, seu Zeca, - apresentou-se ao senhor barrigudo e sério, vestido de surrado avental, que dava algumas ordens atrás do balcão.

Recebeu o cumprimento em forma de um copo pequeno de café com leite e um pão aparentemente de véspera. Sorvia e mastigava sofregamente a oferenda, ou o seu pagamento pela tarefa prestada. Enquanto comia, seus olhinhos miúdos e vivos procuraram a televisão que dizia as notícias da manhã. O aparelho fora instalado a um canto próximo ao caixa, e só recebia admiradores quando exibia os programas de esportes, geralmente ao meio dia, apesar de permanecer em funcionamento durante todo o expediente do estabelecimento. Um plantão anunciava já os primeiros movimentos na praça e os preparativos para o último dia para se definir a identidade do macaco. Uma sinopse sobre a origem do protagonista foi exibida e logo após um especialista em zootecnia fornecia rápidas explicações sobre a origem e manias do astro. Cândido mastigava com os olhos a matéria, atento a qualquer som ou imagem emitida pelo televisor, enquanto levava o copo mecanicamente à boca aberta, mal sentido o previsível paladar daquela refeição matinal.
- Vou lá votar!... –Disse entusiasmado, mesmo pra si, porque o velho dava de ombros sempre que o menino dizia algo. Desta vez, entretanto, soltou apenas um grunhido, praguejando algo que dava a entender que o povo não tinha o que fazer, para querer votar em macaco. – Onde já se viu... lamentava-se, enquanto organizava algumas moedas na gaveta do caixa.
A ansiosa criança depositou o copo embaçado sobre o balcão, balbuciou um rápido “Deus te aumente, seu Zeca” como agradecimento ao o velho, o qual respondeu descaradamente um mecânico amém, talvez esquecido da limpeza realizada pelo garoto. Este dirigiu-se, lépido, ao seu abrigo. Lá chegando, retirou de uma sacola plástica esfarrapada um retrato. Beijou-o demoradamente após mirar a desbotada fotografia que exibia quatro sorridentes rostos: uma mulher e três crianças. Os  cabelos desalinhados, o cenário ao fundo da imagem, as roupas puídas e o sorriso sofrido denunciavam presumível pobreza do elenco. Seguro firmemente pelas mãos de uma dessas crianças, um animal de pelúcia, de cor negra, arregalava os olhos para a máquina fotográfica, roubando a cena.
O tal brinquedo estaria nas mãos de Cândido, herdado como presente de papai Noel, segundo a história narrada por sua mãe naquela noite de natal. Moravam em um barraco dentre muitos erguidos no morro, localizado na zona sul da capital. A mãe se dividia entre duas patroas, servindo a uma nas tarefas culinárias e outra na limpeza da casa. Na ocasião fizera a promessa aos filhos que se mantivessem o bom comportamento em casa e que ajudassem nas tarefas diárias, receberiam uma lembrança quando viesse o Natal, doada pelo Papai Noel. Embalada pela doce mentira, prometeu que escreveria uma carta, ainda que não soubesse lidar com as letras, ao natalino velhinho. Relataria o comportamento de seus três filhos, conseguindo, como recompensa, um presente para cada um deles.
O planejamento até que foi seguido com sucesso. Os filhos, entre um briga e outra, assistiam à tevê pelas manhãs e punham em ordem a casa à tarde. Variavelmente ainda sobrava um tempo para brincadeiras no quintal. A ~mO álcool e a droga foram mais convincentes e a incerteza apoderou-se do desconfiado pai, o qual não assumiu qualquer vínculo com o recém nascido. A mãe deu-lhe o nome de Cândido, em homenagem ao avô que possuía o mesmo nome e não estaria presente para ver aquela candura de olhos vivos, mexendo os braços e pernas desordenadamente. Um ano se passou e outro namorado apareceu e lhe trouxe uma filha, abandonando-as, a pequena ainda lactente. O terceiro veio com promessas mais concretas, embora não as cumprissem. Trouxe também consigo os vícios com álcool e drogas. Um ano depois, outro rebento, compondo a família que posava naquela fotografia. Maria então trabalhava dia e noite para sustentar os três filhos com idade de dez, sete e seis anos respectivamente, além de um amasiado ocioso.
Todos essas mazelas não foram, portanto, suficientes para fazê-la desistir de seu intento. Namorou por um ano um gorila de pelúcia que jazia em um dos em quartos que fazia a limpeza. O brinquedo já fora lançado a todos os cantos possíveis da casa, inclusive, em partidas de futebol realizadas pelo seu proprietário, na posição sofrida de goleiro, recebendo violentos chutes da criança. Era violentamente lançado contra a parede do quarto e ás vezes da garagem onde também ocorriam as partidas. A pelúcia antes reluzente como a graúna, já aparecia desbotada para um presente natalino. Persistente, Maria colocou o pequeno macaco no cesto de roupas para lavar, para depois fazer o pedido à patroa. Foi-lhe dado a encomenda e algumas roupas usadas. Regozijava-se: estava feita a compra para o Natal! Ajustou o boneco e arrumou as peças de roupas. O macaco foi para o mais velho, o Cândido. O demais donativos foram para os menores. Na véspera, orientados pela mãe, cada um pendurou na janela, amarrando à grade sem vidros do único quarto, um par de meias. Cândido temeu que o Papai Noel censurasse o tecido puído e úmido que era sua meia presa à grade. A algazarra veio ao despertar, quanto perceberam que havia um embrulho próximo a cada um. Houve confusão ao identificar os nomes mal inscritos nos amassados embrulhos e mãe teve que intervir, fingindo surpresa. Aberto os presentes, olhares curiosos foram lançados entre eles, comparando qual o melhor. Cândido causou inveja aos demais, pulando incontrolável com o seu inerte gorila, apertando sua pelúcia gasta, provocando profundos sulcos na barriga e deixando-o de olhos arregalados. Uma vizinha foi chamada para bater a foto. A mãe conteve uma dura lágrima, liberta por seu sólido e precavido coração.
À noite, cada qual vestiu sua roupa renovada e o proprietário do macaco não se cansava de interagir com ele, embora mais carinhoso que o seu anterior dono. Conversava com o inanimado animal, prometendo cuidados, abraçando e beijando-o. O marido veio, já com vestígios de festas e bebidas de outros natais. Um aroma vindo da pequena cozinha, denunciava o frango assado e maionese ordinariamente expostos sobre o fogão. Em oração, as crianças e a mãe em sintonia com a palavra sagrada, diziam a reza, respeitosos. O namorado balbuciava monossílabos embriagados. Agradeceram, todos, por aquela santa ceia.
Além dos três irmãos que dividiam os dois colchonetes estendidos ao chão, um brinquedo se aninhava aos braços do mais velho, o qual fazia as orações antes de dormir e fixava seus olhinhos nos olhos do novo amigo, talvez na intenção de receber resposta à sua prece. Prometia ao brinquedo que nunca o deixaria, por nada nesse mundo. Seriam unidos, todos eles que ali dormiam, por todas as suas vidas. Uma família.
As águas de janeiro vieram, impiedosas, lavando as promessas de Cândido. Uma noite, após três dias de chuva ininterrupta, a casa do vizinho logo acima da sua desmoronou, arrastando, como a um dominó, os três barracos construídos abaixo dela. Maria, preocupada com a chuva, ainda não teria pregado os olhos quando uma peça de madeira atingiu-lhe a cabeça, deixando-a desacordada. Sobreviveu até algumas horas antes de chegar ao hospital com o seu filho mais velho, ambos socorridos pelos bombeiros. Assim que o Cândido foi encaminhado aos serviços médicos de urgência, o coração materno deixou de bater. Foram enterrados os corpos da mãe e dos dois filhos menores e o namorado, desconsolado, assistira a tudo, cedendo entrevistas aos famintos microfones e câmeras. Seu vocabulário rudimentar fora exposto nos veículos de comunicação tanto nacionais como internacionais. A desgraça da família rendeu discussões em diversos veículos e organizações não governamentais. Não revelou o entrevistado, entretanto, que estaria em jogatinas e bebedeiras, drogas e similares no dia do desastre, tendo, como de costume, pernoitado fora do lar. Fotos dos destroços foram exibidas e leitores atentos poderiam visualizar, uma pelúcia, enlameada e de olhos esbugalhados, em meio aos detritos.

O menino acordou assustado com os vultos brancos, cheiro de álcool e óculos próximos de si. Gritou, chorou até ser acalmado por uma enfermeira. Após exames, foi encaminhado a uma assistente social e uma multidão já se aglomerava nos arredores do hospital. Profissionais vaidosos posavam para fotos e davam até entrevistas, enaltecendo o trabalho do serviços de saúde pública, seguidos por políticos que deixavam-se fotografar, exibindo-se, solícitos ao destino de Cândido.
O garoto deixou o hospital ainda com ferimentos, sendo conduzido pelo padrasto, que também exibia os dentes falhados aos disparos de flashes irradiados de todas as direções. Seguranças do hospital afastavam microfones içados ao menino, sequiosos de alguma fala do pequeno.
Duas semanas se passaram e a cabeça de Cândido ainda doía. Vizinhos freqüentavam a casa onde estavam alojados, orgulhosos do sobrevivente que se transformara em astro. Algumas emissoras seduziram seu padrasto e o menino concedera, a contragosto, entrevistas. Houve protestos por parte de entidades de proteção ao menor e a família de Cândido, agora reduzida a ele e o padrasto, fora indenizada e removida para um conjunto habitacional. A criança, portanto, sentia medo de dormir. Tomara verdadeiro pavor ao sono. Tentava rezar e engasgava-se nas palavras. Conseguia apenas perguntar pra si mesmo, porque que só ele acordara daquela noite. Onde estaria agora sua mãe, seus irmãos e seu amigo, o macaco. Sentia-se covarde por não poder protegê-lo, como prometido. Não conseguia, portanto, chorar.
A foto tirada no natal só foi revelada após a tragédia, com o advento da indenização e o porta retratos ficava na sala, acima da televisão, como única herança daquela família. Todos os holofotes já silenciaram e agora o menino era apenas um órfão a mais nas estatísticas. O numerário ofertado pelo governo fora dizimado em vícios já conhecidos do padrasto, em pouco menos de um semestre. Envolto em dívidas contraídas com o consumo de drogas, o responsável pela criança fora obrigado a deixar às pressas o barraco onde residia, levando consigo o garoto. Esse, precavido, tratou de confiscar a foto, dobrando-a cuidadosamente e alojando-a em um plástico. Escondeu-a dentro da cueca.
Durante o dia, trabalho. Tentava limpar os vidros de veículos vedados pelos semáforos, recebendo pragas de alguns motoristas e até safanões. À noite engraxava sapatos nos bares da cidade. Certa feita, um cliente cuspiu-lhe na cabeça enquanto lustrava-lhe sapato. Um outro fez um gesto obsceno, passando a mão entre o feixe da calça. Disse que o garoto era bonito. Cândido a nada respondia. Terminava o serviço, estendia as mãos e proferia um Deus que te aumente, retirando-se humilde. Fora alertado pelos colegas quanto a esses tipos noturnos. Uns inclusive narravam fatos assustadores, entre risadas e piadinhas. Parte do dinheiro recebido iria para o padrasto, que se definhava a olhos vistos. Guardava o outro em um esconderijo próximo, idealizando a compra de sua casinha. Alguém que freqüentava a boca de fumo informou que o padrasto havia sido encontrado morto em uma vala. Já outros diziam que fugiu novamente, devido à problemas na atividade, como consideravam o envolvimento com drogas.
O garoto, em sua vivência com entorpecentes, experimentou apenas o paninho umedecido com solventes, o qual abandonou, desinteressado. Não se prendia à vícios. Como não mais freqüentou escolas, procurava ler os jornais com os quais se cobria, embora não entendesse o contexto, lia as placas, anúncios e apreciava a companhia de adultos, onde sentia que aprendia palavras mais difíceis. A rua era sua madastra, embora mantivesse a esperança de que reencontraria sua família.
A fila já avançara e o calor ainda era intenso. Cândido ausentou-se para se lavar na bica e tomar daquela água fresca. Um policial aproximou-se dele, apreensivo. Voltou o rosto molhado para o soldado, cravando-lhe o olhos vivos e ouviu uma voz lá na vila:
-Ele vai votar também. Tá aqui na fila. Na minha frente...
O agente concordou, meneando respeitosamente a cabeça e continuou sua ronda, enquanto o garoto voltava para seu lugar na fila, sorrindo para a senhora que intercedera em seu favor, a qual também sorria. Algumas crianças observavam, intrigadas. Comparavam suas roupas àqueles farrapos que o menino vestia. Uma e outra mãe segurava o braços de seu filho, não deixando de acompanhar, melindrosas, os passos do solitário eleitor. A coelhinha veio distribuir brindes, acalorada e saltitante. Uma pequena multidão, agitada, se formou junto à ela. À todos deu um sorriso e um afago, com exceção de Cândido, do qual a sensual leporídea manteve considerável distância, talvez temendo manchar sua alva fantasia de pelúcia.
Estavam próximos ao painel que exibia a casa do gorila, onde slides eram transmitidos e alguém apresentava características da moradia. Após a reforma, tornara totalmente adaptada ao hóspede, e teria até uma cachoeira artificial. Cândido se controla para não pular de alegria, embora o coração o traísse, assim que visualizou a cachoeira que implantaram e o tamanho da reserva exibida pelo telão, tudo isso pertencia a seu amigo! E, quando deu conta de si, estava defronte ao monitor que exibia a imagem do macaco, negro e peludo, olhos grandes, pouco esbugalhados. O coração do menino disparou incontrolável, seus olhinhos cintilaram...”Como ele cresceu!” - Foi o que pensou.
Na seqüência, foi exibida a dieta do pop-star. Laranjas, maçãs, bananas e demais frutas eram servidas em horário rigorosamente estabelecidos. O posto médico para atendimento de urgência e acompanhamentos da saúde, nutrição, higiene. Sancionou a impressão segura a respeito da qualidade de vida do companheiro. Não passava fome. Sua barriga roncou, reclamando alimento, mas a alegria envolvia-a, saciando.
Finalmente era a sua vez. As pernas tremiam quando se viu frente ao terminal. A foto do animal estampada. Três opções de nome estavam exibidas e ele sorriu para tela. Sentia-se como se todas as luzes do mundo estivessem voltadas para si! A assistente fez menção de ajudá-lo, recebendo a recusa, de imediato Apertou o botão do meio onde o nome foi exibido: DADÁ. Pronto! Estava escolhido. Esfregou as mãos, satisfeito. Visualizou todas aqueças pessoas o aplaudindo, ovacionando. Vivas, urras, e fotos, muitas fotos, mais do que aquelas do hospital, registrando aquele evento do primeiro voto. Deixou orgulhoso o terminal, como um cidadão, afinal escolheu um nome para o seu amigão! Agora, se sentia realizado. Ele tinha casa, e nova! Tinha um nome!
Retornou feliz ao seu alojamento, atento às lixeiras instaladas nas portas de lanchonetes, na esperança de faturar resto de lanche porventura abandonado por alguém já enfarado. Não teve êxito dessa vez. Já no seu lar, ajustou os papelões e esticou os gravetos, na tentativa de descansar, estava potencialmente emocionado. Objetivou conciliar o sono, na tentativa de tapear a fome que já o incomodava. Relâmpagos cruzavam o ar e o céu tornava-se espesso. “Vai chover”, - pensou, procurando um canto em que molharia menos, caso suas previsões se confirmassem
 “Daqui a pouco o povo chega com o barulho. Aí já era... Estou feliz! Agora meu amigo com casa, poderia buscar sua mãe e irmãos, onde estivessem, para morarem todos juntos dele, naquele paraíso. Seu amigo aceitaria, é lógico”. Uma ponta de saudade apossou-se dele, ao lembrar-se da mãe e dos irmãos. “De certa forma, minha mãe que trouxe meu amigo. Ela disse que foi o Papai Noel, hoje sei que não foi, ele não existe... agora, meu amigo é famoso... Queria contar isso à minha mãe! Como ela faz falta!
 Os seus olhos miúdos lacrimejavam, lastimosos, embalados às lembranças. Sentia-se só. Não chorou, todavia.
Homem não chora”-concluiu.                                                                                                        



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